segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Grafites dos aprendizes do Transformarte


Maria Julia Alkimim


Núbia Pereira Pimenta


Maria Julia Alkimim


Paula Marcela Nascimento


Núbia Pereira Pimenta


Maria Julia Alkimim


Paula Marcela Nascimento

Linguagens Artísticas


  • Após essa série de exercícios de reflexão crítica, os alunos terão conhecimento de quatro linguagens artísticas ( HQs, Fotografia, Assemblage e Grafite), respectivamente de quatro artistas contemporâneos (Quito, Vik Muniz, Farnese de Andrade e Banksy). Cada aluno escolheu dentre as técnicas apresentadas a que mais se identificou. Foi apresentado aos aprendizes palavras-chave nas quais eles escolheram uma para ser o tema de seu trabalho.

Os temas escolhidos foram: Lixo, Violência e Seca e as técnicas Grafite e Fotografia.

Grafites de BANKSY

















BANSKY o grito silencioso


Banksy é um pseudônimo do artista de rua do Reino Unido que ninguém sabe realmente quem é, já que ele nunca revelou sua identidade. Ele ganhou notoriedade por espalhar grafites por muros de edifícios. Muitas de suas obras têm forte mensagem  crítica a política. Banksy é natural, como tudo indica, da cidade inglesa Bristol, até hoje a sua identidade é desconhecida, apesar do prestígio conquistado no meio artístico, ele continua sendo considerado um contraventor, pois o grafite como intervenção em propriedades privadas é considerado crime e dá cadeia na Inglaterra. As entrevistas concedidas por Banksy são na maioria das vezes feitas por telefone ou e-mail, o único a entrevistá-lo pessoalmente foi um jornalista do periódico inglês The Guardian, que pela ética profissional não revelou a identidade do entrevistado.
 Em uma de suas entrevistas Banksy contou: "Me manifesto anonimamente para exigir coisas nas quais ninguém acredita, como paz, justiça e liberdade". O conteúdo estético de sua obra é visivelmente de cunho anarquista e se configura em um silencioso, porém contundente, grito de protesto com total aversão ao poder e à autoridade. Mesmo disponibilizando o download gratuito de suas intervenções em seu site, o artista se tornou objeto da cobiça de colecionadores de arte, uma de suas obras foi vendida em fevereiro de 2010 por U$ 200 mil. Em 2010 Banksy foi convidado para criar parte da abertura de um episódio do seriado The Simpsons produzido pela Fox, a abertura foi ao ar nos EUA no dia 10 de outubro e causou uma grande polêmica. Em pouco menos de 2 minutos a abertura mostra uma espécie de fábrica onde mulheres e crianças com traços orientais são escravizados para produzir a série animada e artigos ligados a ela. A abertura teria sido inspirada em notícias de que a Fox estaria terceirizando parte da produção do desenho na Coréia do Sul.
Confira a vinheta crianda por Banksy em:   http://www.youtube.com/watch?v=tkRxutiHq2Y

ASSEMBLAGES DIVERSAS








Farnese de Andrade: Assemblages

Nascido em Araguary, no Triângulo Mineiro, em 1926, Farnese de Andrade Neto entrou em 1945 na Escola do Parque de Belo Horizonte, onde foi aluno de Guignard e contemporâneo de artistas como Amilcar de Castro, Mary Vieira e Mário Siléso. Começou a carreira como desenhista e gravador e, a partir de 1964, passou a transformar os restos de madeira e brinquedos que coletava junto com conchas e detritos vindos do mar em obras de arte. Essas obras — assemblages de composições e formatos variados .As primeiras caixas de Farnese já misturam bonecos destruídos, mariscos, cacos e bolas de vidro. Embora tenha sido muitas vezes chamado de escultor, o artista nada esculpia; apenas dava tratamento ao mobiliário mineiro de roça que adquiria em fontes diversas (antiquários, feiras e depósito de demolição), misturando-os à "coleção de restos" que reunia nas praias e até mesmo na rua. As imagens de santos também são um elemento recorrente em sua obra. Elas aparecem invertidas, mutiladas ou envoltas em redomas (nas peças mais antigas) ou resina (mais recentes).Na composição de Farnese,chamada de "Anunciação" (1984), uma gamela de madeira em cujo fundo o artista acrescentou uma foto de bebê e a forma de um ovo.
Para a crítica Uiara Bartira a obra de Farnese está estruturada a partir de signos. Apesar de profundamente autobiográficas, suas peças abordariam o tempo inteiro a dualidade entre a vida e a morte — e a angústia do homem diante do fato inevitável de que vai morrer. Outros antagonismos, como o entre feminino e masculino, também são abordados nas "assemblages".
"Suportes como gamelas, oratórios, armários e caixas de resina são utilizados como ‘corpo’ e definem diferentes segmentos. As gamelas falam da sensualidade — o feminino —, o que está embaixo. Os oratórios, da cerebralidade — o masculino —, o que está em cima. Os armários discutem sexualidade, o egoísmo, a posse. As caixas — inside — o egocentrismo. Nas resinas residem os medos, as inseguranças e as ansiedades", escreve Uiara.
Bonecos queimados ou mutilados também são outra marca da obra do artista, como se observava na série de trabalhos sobre a tragédia atômica de Hiroshima, que estava presente na mostra do CCBB. Eles também aparecem no filme "Farnese" (1970), dirigido e roteirizado pelo crítico de arte Olívio Tavares de Araújo e escolhido melhor curta-metragem no Festival de Cinema de Brasília de 1971. No filme — restaurado em 2001 e transformado em um DVD que faz parte do livro de luxo "Farnese de Andrade", editado pela Cosac Naify — a voz em off do diretor comenta o que o espectador está vendo:
"

Campos de concentração, cidades devastadas, bombardeiros repletos de Napalm, um humanismo esmagado, a manhã seguinte em Hiroshima e Nagazaki. É nesta atmosfera que respiram os habitantes das caixas de Farnese. A eles se aplica um antigo paradoxo. Imagens que não suportaríamos em sua existência original, depois de reelaboradas pelo artista adquirem uma nova e positiva dimensão. E oferecem uma emoção vizinha da alegria: o prazer que resulta, por força, da beleza". No texto de apresentação do catálogo-livro, é do curador Charles Cosac, também um amigo do artista, estabelece um paralelo entre a obra de Farnese e artistas do construtivismo brasileiro, como Lygia Clark, Mary Vieira e Amílcar de Castro. No livro Farnese de Andrade, da Cosac Naify, o crítico Rodrigo Naves destaca, no texto "A grande tristeza", a sensação perturbadora que é estar diante das obras de Farnese de Andrade : "

Conheço pouca coisa mais triste que os trabalhos de Farnese de Andrade. Essas cabeças de boneca arrancadas do corpo lembram maldades de infância. As madeiras gastas de seus trabalhos guardam um tempo esponjoso, que se acumula sobre s ombros e nos paralisa os movimentos. As fotografias e imagens presas nos blocos de poliéster falam de um passado que nos inquieta, mas que não podemos remover ou processar, já que não mais nos pertence."